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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tempo sem tempo

Tenho-te à minha frente
Nesta foto envelhecida.
Nela te dou a minha mão,
Encostada aos teus ombros.

Quantos anos já passaram?
Dez, vinte ou trinta,
Não importa.
Porque o tempo
Não tem tempo,
Quando o amor se desfaz
Na terra onde jaz.

Helena

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sinais

Só te conhecia o toque
Das mãos esguias e fortes
Neste corpo que sendo meu,
Era apenas domínio teu.

Não precisava de mais,
Rendida ao teu calor
Que tomava por amor.
Tola, não te conhecia,
Nem percebia os sinais
Simples, cruéis, fatais
De quem já então me feria
De quem me causava dor!

Helena



Teresa

Nem sempre Teresa comia,
Mas isso não se notava
Porque ela disfarçava
E, altiva, sorria.

Tinham-lhe roubado tudo
Trabalho, alegria, prazer.
Só não lhe tiraram o orgulho
Porque o não souberam fazer.

Trabalhou a vida inteira,
Para ter um fim ameno.
Veio a política, a asneira,
Foi-se o futuro sereno,

Não lhe façam discursos tolos
Nem promessas idiotas
Não julguem todos parolos
Vergados aos agiotas.

Teresa conserva a esperança
Que um dia tudo se altere
E seja grande a mudança
De quem então nos governe.

Helena



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Este país que eu amo!

Tenho pena deste país
Que merecia ser bem amado.
Pequenos, fomos grandes
Num distante passado.

Hoje não sabemos quem somos
São os de fora que nos definem,
Esquecidos de quem fomos,
E dos grandes que nos redimem.

A Europa, soberba e orgulhosa,
Só nos vê estender a mão.
A Alemanha, agora vitoriosa,
Já esqueceu a gratidão.
A França é outra história,
Que se espera seja honrosa,
E caminhe em contra-mão!

Dos grandes, não reza a história
Dos pequenos, menos ainda.
De Portugal queremos vitória,
Orgulho e honra infinda!

Helena

Fim de ano

Entra o ano, sai o ano
Sem que nada melhore.
A esperança diminui
E só a solidão colhe.
Bate a meia noite aqui,
Acolá já bateu
E ainda há-de bater
Noutra terra qualquer
Para quem não morreu.

Helena

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Caminho

Há um tempo pra viver
Há um outro pra morrer.
Um caminho certo
Para te encontrar,
Um incerto para te amar
Porque me não dás a mão
Porque me não hás-de guiar?

Helena

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempo

Julguei que o tempo
Suavizava a memória.
Julguei que o tempo
Me faria esquecer-te.
Julguei que o tempo
Me traria outros amores
Que me tornariam feliz.
Julguei que o tempo
Sarava a ferida
E me abriria a porta da vida.
Afinal, o tempo passou,
E outros amores surgiram.
Mas lá no fundo,
Foi sempre a ti
Que eu procurei
E foste sempre tu
Que eu encontrei...

Helena